segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Itamiju, o nome indígena de Minas Novas

Itamiju, o nome indígena de Minas Novas


1.727, ano do descobrimento (ou da fundação) de Minas Novas, pelo bandeirante paulista Sebastião Leme do Prado. Para o pouco afeito à história, parece que, antes de Tião, ser humano algum zanzou pela beira do Fanado, subiu pelo penal onde se assenta o nosso centro histórico ou tomou banho na finada Cachoeira do Moinho. Claro que sim! Sem contar os índios, dentre eles os Macunins, que viviam na região há mais de dez mil anos, os próprios Aranãs nas cabeceiras do Fanado, em Capelinha, europeus (sobretudo portugueses e espanhóis) entravam pela foz do Jequitinhonha, no litoral baiano, fuçavam seus afluentes como o rio Araçuaí e, no mínimo, passavam por perto do que é hoje Minas Novas. Historiadores dizem que antes da chegada da Bandeira de Tião, cristãos-novos (judeus fanados = circuncidados ou “castrados”) viviam na região, inclusive um chamado Faria, dono de uma estalagem (pouso ou Casa de Ana Baú), na beira do Fanado. 
Índios não davam bola para coisas como ouro, diamante, topázio, turmalina, berilo, crisólita, no que estavam absolutamente corretos. Mas uma pedra miúda e meio amarelada com certeza chamava sua atenção em suas andanças entre os vales do Fanado e do Bonsucesso: ITAMIJU (em Tupi, ITA(Pedra)+MI(miúda)+JU(amarela). E itamiju era também o nome do rio.
A tal pedrinha amarelo-azulada (um topázio), achada somente em Minas Novas, ganhou o nome de minas-novas em Portugal. De tão rara, os portugueses costumam adjetivar de “minas-novas” aquilo que eles consideram raro, especial, espetacular ou fino, do mesmo modo em que, no Brasil, chamamos de “diamante fino” ou de “pedra rara” algo parecido!

Minas Novas é expressão que obviamente designa “Minas” surgidas depois das antigas. As antigas são as Gerais, descobertas mais ou menos trinta anos antes de 1727. Mas a expressão passou a designar os tais topázios. Daí, itamiju, do Tupi, é sinônimo de minas-novas, do português.

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